Rejeição da cremação

Fonte: Distrito de Espanha e Portugal

Por outro lado, penso que é também oportuno aludir a esta reforma, que foi feita durante o Concílio, sobre a questão da cremação dos corpos.

Penso que podemos aludir a isto quando falamos dos nossos entes queridos que já partiram.

No Direito Canónico está escrito que aqueles que, de uma forma ou de outra, desejam e expressam o desejo de que o seu corpo seja cremado no momento da sua morte, devem ser privados da sepultura eclesiástica. Têm de ser privados da sepultura eclesiástica. Esta é a lei.

Não há dúvida de que a Igreja, no Concílio, modificou esta lei e esta é uma das coisas que parece mais abominável. Porque, desde o início da sua existência, a Igreja quis que os corpos, que são templos do Espírito Santo, que foram santificados pelo Baptismo, santificados pelos sacramentos, santificados pela presença do Espírito Santo, santificados pela recepção do sacramento da Eucaristia, fossem venerados.

E está consagrado no Direito Canónico que mesmo os membros de um cristão, de um católico, que são amputados numa clínica, devem ser enterrados; não devem ser queimados. Vede até que ponto a Igreja respeita e venera os membros que foram santificados pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto, rejeitamos em absoluto este costume abominável, que é também um costume maçónico. O Direito Canónico refere-se àquelas associações em que se pede que os corpos sejam cremados. E essas associações são precisamente as associações maçónicas.

Por isso, é de perguntar como é que alguém pode ter aceite tal eventualidade sem ser influenciado por estas associações maçónicas.

Assim, devemos ter um grande respeito pelos corpos dos defuntos, por aqueles que foram santificados, e devemos enterrá-los como os cristãos sempre fizeram e devemos ter o culto dos nossos defuntos, o culto dos nossos cemitérios. Os túmulos dos nossos defuntos devem estar sempre perfeitamente conservados, para que possamos mostrar a fé que temos nos corpos que um dia ressuscitarão.

E vivamos em união com as almas do Purgatório e peçamos à Santíssima Virgem Maria, que estava presente no enterro do seu Filho, que nos dê o amor que ela tinha pelo Corpo do seu divino Filho e o respeito que ela tinha pelo Corpo do seu divino Filho; peçamos-lhe também que nos dê o respeito pelos corpos daqueles que morreram, os nossos fiéis defuntos, os nossos amigos, os nossos parentes falecidos.

 

† Marcel Lefebvre