O incenso

Fonte: Distrito de Espanha e Portugal

Na Missa, quando o sacerdote sobe os degraus e beija a pedra de ara, procede ao rito da incensação. Os acólitos levam-lhe a naveta, que contém o incenso, e o turíbulo, no qual já está a arder o carvão incandescente.

O incenso foi prescrito por Deus a Moisés nestes termos: «Escolhe ingredientes em partes iguais: bálsamo, unha aromática, gálbano (...) farás deles incenso (...) considerá-lo-ás coisa sagrada, reservada ao Senhor.» (Êxodo 30, 34-37). No seu Catecismo de Perseverança (vol. VII, p. 184), Mons. Gaume comenta em substância: «Uma das principais funções dos sacerdotes da Antiga Lei era queimar incenso no altar dos perfumes. Os pagãos, herdeiros infiéis da tradição primitiva, conservaram o uso do incenso nas suas cerimónias. A Igreja pôde continuar um costume tão sagrado, tanto mais facilmente quanto o próprio Salvador mostrou que a oferta de incenso era adequada para honrar a divindade na Sua natureza humana. Os Magos que tinham vindo a Belém deitaram incenso aos pés do Menino Deus; Jesus queixou-Se de que o fariseu não tinha perfumado a sua cabeça; aprovou e louvou Maria, irmã de Lázaro, por ter perfumado os Seus pés».

 

O incenso significa:

  • O sacrifício, pois é queimado diante de Deus, em cujo serviço e glória toda criatura deve consumir-se;
  • A santidade e a virtude de Cristo, que se difunde sobre os fiéis e perfuma toda a Igreja;
  • A oração agradável que se eleva a Deus, porque provém de um coração inflamado pela Caridade.

O incenso é dirigido primeiro ao próprio Cristo para O honrar, incensando o altar que O representa; depois, aos Seus membros, os fiéis. É por isso que o acólito incensa todos os presentes na Santa Missa.

A incensação é também um sacramental, um rito simbólico que nos dá a graça de rezar a Deus, de Lhe dar honra e glória num princípio de eternidade.

 

P. Lionel Héry, FSSPX