Pentecostes

O dia de Pentecostes é tão importante que a Igreja, tal como na Páscoa, prolonga a sua celebração por uma semana inteira.

Porque é que esta festa é tão importante? Porque a terceira Pessoa da Santíssima Trindade desceu do Céu para iniciar a obra da Igreja.

Tínhamos dito que a Páscoa judaica, que celebrava a passagem do Mar Vermelho, era uma figura da Páscoa cristã, em que Nosso Senhor passa da morte à vida para nos resgatar das garras do Faraó, que se chama Satanás.
Mas os judeus celebravam também a festa de Pentecostes, na qual celebravam, cinquenta dias depois da Páscoa, o dia em que Deus deu a Moisés as tábuas da lei no Monte Sinai, instituindo assim a "Lei Antiga", que os judeus deviam guardar até à vinda do Messias prometido.

Ora, esta festa era também uma figura do verdadeiro Pentecostes, em que o Espírito Santo vem promulgar a "Nova Lei", que Nosso Senhor Jesus Cristo veio pregar. A diferença é que, no Antigo Testamento, foi dada uma lei escrita em tábuas de pedra, enquanto que, no Novo Testamento, foi dada uma lei escrita nos corações, isto é, a graça de Deus que habita nas nossas almas e nos torna Templos do Espírito Santo.

A Sagrada Escritura diz-nos que, depois da Ascensão do Senhor, os apóstolos, juntamente com a Virgem Maria, os outros discípulos e algumas mulheres piedosas, permaneceram no cenáculo durante dez dias para se prepararem, pela oração, para receber o Espírito Santo prometido.

No domingo, à hora terceira, isto é, às nove horas da manhã, estavam todos em oração, quando de repente veio do céu um vento violento e soou com grande poder. Imediatamente desceram línguas de fogo sobre cada um dos que estavam no cenáculo: era o Espírito Santo que tomava posse deles.
Nesse momento, a Igreja, que já tinha sido fundada por Nosso Senhor, recebeu toda a superabundância dos dons do Espírito Santo, para iniciar a missão que lhe tinha sido deixada pelo seu fundador: "Ide e pregai por toda a terra". É por isso que o Espírito Santo desceu em "línguas de fogo": fogo, porque é o Amor do Pai e do Filho, e línguas, porque é através da pregação apostólica que a Igreja se propagará.

Os judeus, que tinham vindo de toda a parte para celebrar a festa do Pentecostes em Jerusalém, ouviram o barulho e juntaram-se à volta do cenáculo para ver o que estava a acontecer. Todos ficaram admirados porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. Com efeito, o Espírito Santo encheu os apóstolos de toda a espécie de carismas ou dons especiais, e um deles era este, o "dom das línguas", pelo qual podiam pregar e ser ouvidos em qualquer língua. Havia judeus de Roma e da Grécia, da Ásia e da Pérsia, do Egipto e da Líbia, e todos podiam compreender o que eles diziam: "as maravilhas de Deus".

Finalmente, São Pedro Apóstolo aproveitou a ocasião e, no primeiro sermão feito pela Igreja, através do Vigário de Cristo, três mil almas se converteram. Assim começa a história da Santa Igreja Católica, que converterá almas para Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele volte pela segunda vez no fim dos tempos.