Membros da família da Fraternidade de São Pio X

Fonte: Distrito de Espanha e Portugal

O que é uma Ordem Terceira?

Foi São Francisco de Assis que, no século XIII, teve a ideia de reunir os leigos que viviam no mundo e que desejavam servir mais perfeitamente a Deus. Como o grande santo já tinha fundado uma ordem de religiosos e outra de religiosas, esta terceira associação tomou o nome de «Ordem Terceira».

Uma Ordem Terceira é, portanto, o terceiro ramo de uma ordem religiosa. As grandes ordens religiosas (os Franciscanos, os Dominicanos, os Carmelitas, etc.) têm uma Ordem Terceira, que permite às pessoas que vivem no mundo reunirem-se à sombra destas ordens e, enquanto desenvolvem as suas actividades ordinárias, viverem segundo o seu espírito e espiritualidade.

Pertencer a uma Ordem Terceira é juntar-se a uma família, entrar numa família, não uma família carnal, onde os laços são os de sangue e de parentesco, mas uma família espiritual, que é uma família muito real, cujos membros estão unidos por laços espirituais.

 

As três ordens da Fraternidade

Como as grandes ordens, a Fraternidade de São Pio X é uma família religiosa com vários ramos:

  • o ramo masculino, constituído por padres, seminaristas e irmãos;
  • o ramo feminino, o das religiosas (irmãs da Fraternidade ou oblatas);
  • e a Ordem Terceira.

Estas três «ordens», estes três ramos têm um único e mesmo fundador: Mons. Marcel Lefebvre. A Fraternidade de São Pio X não é propriamente uma ordem religiosa. Mas depois de ter fundado os dois primeiros ramos da nossa família religiosa, Mons. Lefebvre quis permitir que as pessoas que vivem no mundo pudessem também aderir.

A Ordem Terceira de São Pio X é um ramo da Fraternidade de São Pio X. Destina-se a todos aqueles que desejam viver uma vida interior mais profunda e que querem aderir à Fraternidade para participarem mais de perto na obra de restauração e de santificação do sacerdócio católico.

 

Uma grande família

Os terciários fazem parte da grande família da Fraternidade de São Pio X. Sim, fazem, de facto, parte da família, são membros da Fraternidade. Quando se entra para uma família, participa-se dos bens dessa família, recebe-se o seu património.

Na Santa Igreja, os bens que partilhamos são, sobretudo, bens espirituais, bens da alma. Gozamos destes bens em comum através da comunhão dos santos, que é a união que liga todos os membros do Corpo Místico de Jesus Cristo. O mesmo acontece com as porções do Corpo Místico que são as famílias religiosas: cada uma delas é uma pequena comunhão dos santos, à sua escala, e os seus membros participam dos bens espirituais de todos.

 

Um tesouro comum

Como membros da Fraternidade de São Pio X, os terciários gozam, através da comunhão dos santos, dos méritos de todas as orações e boas obras adquiridas pelos outros membros da Fraternidade. Neste tesouro comum, cada um contribui com a sua pequena parte; e em troca beneficia do que é de todos, enriquece-se com os frutos e os méritos de todos; contribui pouco e recebe muito. «Ó admirável troca!», poderíamos dizer, usando a expressão da liturgia sobre o mistério da Encarnação.

Isto faz-nos compreender quão grande e profunda é a unidade que reina entre todos os membros da nossa família espiritual! Há entre nós uma verdadeira comunidade de graças, de méritos e de sacrifícios oferecidos pela Fraternidade e pela Igreja. Todos estão em comunhão com todos os outros.

 

A importância dos terciários

Isto mostra-nos também o grande papel desempenhado pelos terciários: com as suas orações e sacrifícios, ajudam a Fraternidade, obtêm as graças necessárias para a santificação dos sacerdotes e apoiam o seu apostolado. Deste modo, participam da maneira mais bela na obra da Redenção e na grandeza e beleza da Igreja. Com o exemplo da sua vida cristã, podem também exercer uma profunda influência e estender a obra da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X a todo o mundo. Contamos muito com a sua generosidade, pois a vida da Fraternidade precisa de ser sustentada pelas suas orações e sacrifícios.

 

Espírito de família

Os membros de uma família estão também unidos por um espírito comum, conhecido como «espírito de família», que contribui para os manter unidos. Isto não significa que a família deva estar voltada para si própria e alheia ao que se passa à sua volta. Mas numa família partilhamos as mesmas alegrias e tristezas, interessamo-nos pelas mesmas coisas, pelas notícias uns dos outros... e isso é natural. O mesmo acontece numa família espiritual, onde partilhamos muitas coisas em comum.   

† Mons. Bernard Fellay